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Morar na Itália: O que MUDOU na nossa vida morando na Europa?

Há dois anos morando no país da bota, saiba quais foram as principais mudanças na nossa vida desde que decidimos morar na Itália!

Principais Cidades da Itália.
Pisa, Firenze, Marostica, Venezia, Pergine... As principais cidades que já visitamos na Itália.

No dia 26 de Fevereiro de 2021 nós comemoramos o nosso aniversário de 2 anos da chegada para morar na Itália e resolvemos aproveitar essa grande data para compartilhar com vocês algumas de nossas experiências morando na Europa.

Como foi a mudança para a Itália?

Muito antes do embarque para o país da bota, o processo da mudança já vinha sendo projetado e planejado com muito carinho e atenção. Foram meses de preparação, desde a compra das passagens, reserva de lugares para ficar, o planejamento para as documentações necessárias, sem contar que viemos com uma criança de pouco mais de dois anos, o que por si só já é um outro processo, mas isso é papo para outro dia!

Fábio e Bibiana com as nossas malas.
Fábio e Bibiana com parte das nossas malas, no Aeroporto de Guarulhos.

Qual foi a primeira impressão da Itália na chegada?

Nós chegamos na Itália por Milão (Milano), então podemos dizer que a primeira impressão foi muito boa. 

Pensando bem, essa foi a segunda impressão, já que a primeira envolveu horas de espera no aeroporto na função de filas, retirar o carro alugado e o primeiro contato com a língua italiana, que mal falávamos o básico.  

O Santini ainda chegou a estudar um semestre de italiano no Unilínguas – UNISINOS, mas eu não falava nada mesmo.

Mas como eu vinha dizendo, a segunda impressão foi de uma Pizza maravilhosa, em uma típica Cantina Italiana de Milão

Já a terceira impressão foi na glamurosa Duomo di Milano (Catedral de Milão) e depois disso o nosso carinho pela Itália só se fez aumentar a cada giro que dávamos pelas cidades.

Catedral de Milão / Duomo di Milano.
Catedral de Milão / Duomo di Milano.

Como chegamos a Chieri?

Nós moramos na cidade de Chieri (que se lê Quiéri), no norte da Itália, bem ao lado da cidade de Turim (Torino). 

A nossa primeira passagem por Milão foi bem rápida porque tiramos somente o primeiro dia para um passeio breve e no dia seguinte pegaríamos a estrada para Chieri, onde chegamos no dia 27 de fevereiro de 2019. Escolhemos essa cidade porque tínhamos conhecidos morando aqui.

Chieri é uma cidade muito bonitinha e bem típica italiana, com muitas igrejas, ruazinhas estreitas, prédios de tijolinho e muito verde. Como estamos acostumados com as grandes cidades que vivemos no Brasil, podemos considerar que Chieri seja uma cidade pequena, mas por aqui não é bem assim que funciona. A cidade é considerada de médio/grande porte, tem pouco mais de 35 mil habitantes e uma estrutura própria de cidade grande, com um centro comercial que nos serve muito bem, diversos supermercados com as mais variadas faixas de preço, escolas de qualidade (e gratuitas) e um bom serviço de saúde.

Città di Chieri.
Città di Chieri, Provincia di Torino, Regione Piemonte.

O que realmente mudou e o que permaneceu na nossa vida?

A primeira grande mudança sem dúvidas foi a questão da língua. Como disse antes, nós falávamos muito pouco de italiano, então tivemos que nos ajustar para aprender o básico o mais rápido possível para conseguirmos desenvolver nossas atividades mais básicas do dia-a-dia, como ir ao supermercado.

Tivemos muita ajuda de dois amigos que já moravam por aqui (Obrigada Ana, Obrigada Mário!) em situações mais específicas, como providenciar os primeiros documentos e alugar um imóvel. Mas por muitas vezes éramos somente nós, como quando tivemos que ficar com a Bibiana internada por três dias no hospital, apenas duas semanas depois da nossa chegada.

Falando em aprender italiano, uma das coisas que nos ajudou demais com a língua foi o curso gratuito de italiano que encontramos no site da USP. As lições do “Dire, Fare, Partire…” nos auxiliaram desde a fase mais inicial. Indicamos esse cursinho mesmo pra quem tem vontade de vir à Itália somente por curtos períodos, se aprende muita coisa útil.

A segunda maior mudança que sentimos foi a comida. Apesar de já estarmos bem habituados com a pasta, a pizza e a polenta, a cozinha italiana vai bem além disso e têm muitas diferenças da nossa cultura.

Aqui se come menos carne do éramos acostumados, por exemplo, e também não encontramos alguns outros alimentos com tanta facilidade, e que acabam nos fazendo um pouco de falta, como o aipim (mandioca), o polvilho, entre outros. Como bons gaúchos, aqui em casa nós gostamos muito do tal do sagu e o bom e velho chimarrão, então as opções que temos é pedir para nossa família trazer alguns ingredientes específicos quando vêm do Brasil ou comprar eles pagando um preço mais elevado nos mercadinhos estrangeiros.

Em relação ao clima não sentimos muita diferença. Nós morávamos na cidade de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, então éramos acostumados com as variações de temperatura entre o inverno e o verão, apesar de as quatro estações serem mais bem definidas por aqui em comparação com Porto Alegre.

Quais são as vantagens e desvantagens de morar na Itália?

Entre os contras de morar na Itália estão (com certeza) a distância da família, ter que iniciar uma nova vida praticamente do zero e refazer toda a documentação, em que o processo de reconhecimento da cidadania italiana se destaca como o maior desafio que enfrentamos.

Aqui também nós pagamos bem caro por alguns tipos de serviço, como estradas por exemplo, onde o custo com pedágios é consideravelmente mais alto do que o próprio custo com combustível, porém encontramos estradas de qualidade, com bastante monitoramento, etc.

Mas temos entre os prós um serviço de saúde que, não é perfeito, mas funciona muito bem, e com um custo bem baixo ou muitas vezes sem custo. Também uma escolas públicas de qualidade para a Bibiana, as quais pagamos somente o serviço de alimentação, e também nos sentimos mais seguros para ir e vir (como em uma outra noite na qual a Bibi ficou doente e tivemos que ir para o hospital no meio da madrugada, a pé). 

Nessa última ocasião ainda não tínhamos carro, que aliás fomos ter somente depois de um ano e meio morando aqui, e como a Bibi estava muito ruinzinha acabamos decidindo por ir caminhando até o hospital da nossa cidade, que dá algo em torno de 20 minutos de distância da nossa casa, e não nos sentimos em perigo em nenhum momento. Nós jamais faríamos isso em São Leopoldo.

E qual é a conclusão?

Falando bem resumidamente, óbvio que a Itália não é perfeita, e lugar nenhum é. 

Aqui nós também vemos políticos sujos e os números da violência são mais baixos mas existem. O Santini já teve uma bicicleta roubada bem no centro de Turim, por exemplo.

Outro ponto é que, dependendo da especialidade médica que precisamos, é necessário esperar alguns meses para uma consulta, mas ao mesmo tempo que surgem algumas adversidades também vemos que o sistema de saúde todo, de uma forma geral, acaba girando com mais fluidez.

Nós enfrentamos constantemente a saudade das nossas famílias! 

No último Natal nós passamos sozinhos em casa, somente nós três, assim como outras datas importantes

Ao longo desse tempo nós também perdemos pessoas queridas e não pudemos estar juntos para nos despedirmos. Isso foi muito difícil!

Nós abrimos mão diariamente de coisas que nos fazem muita falta,  porque decidimos que por aqui podemos ter uma maior qualidade de vida, segurança para criar a nossa filha, educação e saúde que funcionam bem, e tudo isso sem ter que pagar rios de dinheiro para planos de saúde, escolas, etc.

Aos poucos conhecemos novos lugares e podemos proporcionar viagens e passeios para a nossa família que ficou no Brasil, que talvez não tivessem a oportunidade se não fosse pelo fato de nós morarmos na Itália… E é isso que nos motiva mais e mais a vencer todos os obstáculos que encontramos na nossa jornada.

No fim das contas, apesar das dificuldades serem grandes e por vezes muito dolorosas, podemos dizer que o saldo é muito positivo, e que se tivéssemos que tomar essa decisão novamente, com toda certeza nós faríamos tudo de novo!

Fábio, Bibiana e Duda.
Fábio, Bibiana e Duda, brincando de fazer "cóquinha"...

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